domingo, 19 de outubro de 2014

Por que Marte é tão pequeno?


Nota de imprensa IAG/2014-02. Embargo até 20 de fevereiro 2014
Exemplo de nota de imprensa por Stephan Hanada Hermenegildo, aluno de Divulgação em Astronomia, IAG/USP.

Uma equipe de cientistas liderada por astrônomos brasileiros elaborou um modelo alternativo para explicar o porquê de Marte ser tão pequeno. Utilizando simulações numéricas eles concluíram que houve perda de matéria na época de formação dos atuais planetas rochosos. Esse estudo também é relevante na busca de vida extraterrestre.

Os pesquisadores da UNESP, em parceria com colegas franceses, alemães e norte-americanos, fizeram vários modelos computacionais e os resultados indicaram que um planeta similar à Marte surgia quando, no local, havia redução (depleção) de mais da metade da matéria original. Essa depleção implicaria que a nuvem protossolar não era uniforme como pensavam os astrônomos.

Ilustração do nosso Sistema Solar jovem e sua nuvem de matéria que daria origem aos planetas. (c) NASA

Uma outra tentativa de explicação sobre o tamanho do nosso vizinho vermelho é o Grand Tack. Esta teoria diz que Júpiter, quando jovem, invadiu a órbita de Marte agregando a massa que o formaria e depois retornado a seu local original. “Esse modelo é válido, mas bastante questionável porque é muito improvável que isso realmente tenha acontecido”, explica Othon Winter, coordenador do estudo.

Outro resultado desse estudo mostra que planetas com o tamanho da Terra são também formados, no mesmo local, e “com substanciais quantidades de água, sendo esses valores próximos a quantidade estimada na Terra”, diz André Izidoro, autor da pesquisa.

Ainda no campo da astrobiologia, Izidoro é cauteloso com relação a aplicação do trabalho na procura por vida em outros planetas. “[O modelo] foi desenvolvido exclusivamente para o Sistema Solar. Ou seja, ele não tem implicações diretas para a existência de planetas similares a Terra em sistemas extrassolares. É importante também ressaltar que as condições para a formação de planetas (terrestres) em torno de outras estrelas podem ser bastante diferentes daquelas que o Sistema Solar teve.”

O artigo Terrestrial planet formation in a protoplanetary disk with a local mass depletion: a successful scenario for the formation of Mars foi publicado em Fevereiro 2014 no The Astrophysical Journal 782, 31

Contato:
André Izidoro
Observatoire de la Côte d'Azur, Nice, França.

Tel: xxxxx-xxxxx
email: xxxxx

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